quarta-feira, 9 de julho de 2008

Chave.

Certo. Já que finalmente encontrei a passagem para o plano em que sempre desejei estar, mas que nunca tive coragem para avançar ou óculos para enxergar, vou reaprender a andar. Meu gasto pijama é trocado por um longo vestido vermelho. Nada mais. Descalça, vou em direção à porta que sempre me separou do que eu gostaria de poder chamar de lar. De súbito, inspiro uma rajada de ar poluído pertencente à fábrica ao lado da casa onde devo dormir, mas que neste momento é muito mais puro do que qualquer um respirado antes. Revela-se aqui uma nova mulher!
Cruzo a rua. Entre assobios e elogios, buzinas e motores, propagandas e gritarias, encontro o desafio de continuar sendo normal. Diferente seria (e era exatamente o que eu queria) se eu não tivesse escutado nada. Corro, fugindo dos zumbidos rotineiros, para enfim alcançar o silêncio atípico, porém desejado. Estou novamente fugindo de algo. Para que mudei de plano, saí do lugar onde me encontrava até, literalmente, acordar, inovei? Não, eu havia feito tudo isso para, enfim, encontrar a liberdade e destruir as algemas que tanto me machucaram até então.
Paro. Puxo todo o ar que posso para conseguir me acalmar. Sucesso. Continuo minha caminhada tranqüila, até o instante em que uma música, com ritmo maquinário incomum para a época, se desenvolve na televisão de uma loja. Ela chama de imediato minha atenção por ter essa característica. Entro no local e vejo que a letra da canção estava em cima do aparelho que a transmitia. Esse fora o ponto crucial, porém não percebido por mim logo de início, para traduzir minha essência, meu problema, minha libertação.

2 comentários:

André Sollitto disse...

Amorzinho, quero te fazer um elogio (mais um). Eu acho que vc já criou uma identidade sabe? Quando leio um texto seu, ele tem uma marca registrada. Acho isso o máximo! Claro, minha namorada master foda... Amo vc, linda!

Rweva disse...

o andré tá certo! seus textos já tem um jeito só seu... foda!